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Corporativo 2024-09-13

Arthemus Pugliesi é Gerente de Obras da ACCIONA no Brasil. Com uma carreira promissora em uma das maiores empresas de infraestrutura do país, ele decidiu apostar na ACCIONA, atraído pela sua tecnologia, potencial e equipe.

Dizem que, às vezes, é preciso dar um passo para trás para dar dois passos à frente. Arthemus Pugliesi foi chamado de “louco” porque, apesar de ocupar um cargo de responsabilidade em uma das mais importantes construtoras brasileiras da época, decidiu dar o salto para a ACCIONA quando ela ainda estava começando a operar no seu país. As razões por trás dessa decisão, feita com muito coração e reflexão, são explicadas nesta entrevista aprofundada com alguém que agora está fazendo história na ACCIONA no Brasil.

Arthemus nos fala de seu escritório em São Paulo, diante de um quadro branco repleto de post-its coloridos e datas de calendário. A julgar pelo seu tom calmo e sorriso relaxado, você não imaginaria que ele é um dos gerentes de construção da Linha 6 – Laranja em São Paulo, o maior projeto de metrô da América Latina e um dos projetos de infraestrutura mais ambiciosos da ACCIONA. Ele supervisiona uma das seções das estações que compõem o projeto e gentilmente concordou em passar alguns minutos conosco para conversar sobre seu trabalho, quem ele é e como ele consegue manter a calma em meio à tempestade.

Espio… um engenheiro

Talvez devido ao seu hábito de aplicar critérios de eficiência, nosso entrevistado rapidamente mergulhou em sua infância em Minas Gerais, seus estudos na Universidade Federal de Juiz de Fora-MG e seu primeiro emprego, tudo isso nos primeiros cinco minutos de nossa conversa. Então o fizemos voltar um pouco. Por que seu sobrenome é Pugliesi? E por que sua família se mudou de São Paulo para um lugar tão pequeno quanto Minas Gerais na década de 1980? “Meu bisavô era italiano e emigrou para o Brasil em 1912”, ele explica, esclarecendo seu sobrenome.

“Meus pais me deram uma criação muito aberta, muito honesta; eles me ensinaram a não julgar os outros muito rapidamente, a conhecê-los primeiro”.

Quanto a Minas Gerais, um estado brasileiro famoso por suas minas de ouro, prata e ferro, seus pais se mudaram para lá em busca de tranquilidade. “Você podia caminhar pela cidade; podia fazer coisas que talvez hoje não sejam possíveis para uma criança”. Seus pais eram bastante boêmios, “não exatamente hippies, mas quase”. Seu nome também tem uma explicação: o nome Arthemus foi escolhido porque seu pai era um grande admirador da cultura grega. “Minha criação foi muito aberta, muito sincera; eles me ensinaram a não julgar os outros muito rapidamente, a conhecê-los primeiro”.

O jovem Arthemus frequentemente viajava de Minas Gerais a São Paulo para visitar o resto da família. Pela janela do carro, ele absorvia o mundo com a curiosidade de uma criança: “Eu adorava as estradas… Meu pai contava as cidades que passávamos… Eu conhecia todo o percurso, onde eram as paradas, onde comer bem… Eu adorava estar no carro, olhando a paisagem”. Eles jogavam algo semelhante ao jogo “Eu espio”? “Sim, nós perguntávamos o que você estava pensando ou o que estava vendo, e você dizia: uma montanha, uma colina, uma estrela, e coisas assim”, ele confirma. Essa fascinação precoce por paisagens humanas, edifícios e estradas foi, nas palavras de Arthemus, um dos primeiros sinais de sua vocação para a engenharia civil.

E essa foi a carreira que ele seguiu. Ele menciona que seus pais não tinham “muito dinheiro” e que passou seu primeiro ano estudando em uma universidade particular antes de conseguir entrar na Universidade Federal de Juiz de Fora-MG. Ele pinta um quadro realista dessa transição: “Lá eu enfrentei uma realidade muito dura; era muito difícil, muito exigente. Embora eu fosse bom em estudar, lutei no primeiro ano. Tive que dedicar muitas horas a isso. No final, eu só estudava e praticava esportes como uma forma de escape”.

Assim, ele manteve sua paixão por esportes em equipe como o basquete, que ele teria seguido profissionalmente se não fosse seus 1,83 m de altura — “que é alto, mas um pouco baixo para competir no nível profissional”. Além de representar a universidade em competições, ele também demonstrou suas habilidades de liderança nesses jogos: “Eu sempre era o capitão do time. Eu era alguém que reunia as pessoas; isso era inato em mim”.

Ventania favorável no setor marítimo

Arthemus começou o século XXI trabalhando para uma empresa de construção de portos marítimos no Rio de Janeiro, um papel que viu como uma oportunidade de aprendizado valiosa: “Eu não sabia nada sobre isso; foi uma coincidência, mas adorei porque aprendi coisas novas, e era um setor de engenharia que eu conhecia pouco”. Ele não percebeu na época, mas essa experiência seria o trampolim para sua entrada na ACCIONA alguns anos depois. A transição foi mais suave do que seu difícil primeiro ano na universidade: “Havia uma lacuna significativa no Brasil nesse setor. Qualquer um com vontade, habilidade e um pouco de gestão poderia rapidamente se destacar”.

Ele se lembra de trabalhar em várias partes do país, realizando “pequenos projetos, mas de grande importância para o desenvolvimento da região”. Finalmente, após cinco anos, voltou ao Rio de Janeiro para assumir um grande projeto ambiental: um projeto para descontaminar um braço do mar conhecido como Canal do Fundão na Baía de Guanabara, que tinha altos níveis de poluição. “Tivemos que aumentar o calado do canal por meio de dragagem, que era minha especialidade”.

Lá, sua empresa trabalhou como subcontratada para um dos gigantes do setor. Após seis meses, ele recebeu uma oferta para trabalhar na nova empresa. Paradoxalmente, ele se tornou o chefe da subcontratada anterior. Esta etapa, que ele considera o ponto alto de sua carreira até então, também o levou a construir a icônica Ponte do Saber.

O que o motivou nesses projetos? “Até hoje, o que mais me motiva é o impacto dos meus projetos, ver como eles mudam a vida das pessoas. É algo que me entusiasma e me impulsiona a continuar”. Ele fala sobre o impacto concreto daqueles primeiros trabalhos: “Por exemplo, as pessoas que viviam perto daquele canal poluído eram uma população de baixa renda”.

Naquela época, Arthemus já tinha uma equipe de cerca de cem pessoas sob seu comando. “A Queirós Galvão era uma das três empresas mais importantes do Brasil, e eu estava começando uma carreira promissora em uma grande empresa brasileira. Era o sonho de todo engenheiro”, ele se lembra. No entanto, uma ligação surpreendente estava prestes a mudar seus planos.

Uma entrevista de emprego em um hotel com uma empresa sem escritório

Às vezes, quando olhamos para trás, vemos os momentos cruciais de nossas vidas gravados com extraordinária clareza. É como se a câmera em nossa mente tivesse uma lente especial que amplia cada detalhe. Arthemus se lembra da ligação que recebeu há quase quinze anos com essa mesma precisão: “O nome dela era Katia Forti; eu me lembro do nome dela. Ela disse: ‘Eu sou da ACCIONA, uma empresa espanhola que está chegando ao Brasil, e temos alguns trabalhos portuários planejados para o norte do Rio de Janeiro. Gostaríamos de entrar em contato com você’”. O jovem engenheiro coçou a cabeça. “ACCIONA?” Uma década depois, as coisas mudariam significativamente, mas naquela época a ACCIONA era uma empresa com quase nenhuma presença no Brasil e, portanto, sem reconhecimento de marca.

Movido pela curiosidade, ele pesquisou online e descobriu que era uma “multinacional gigantesca” com projetos em todo o mundo. Então decidiu tentar para entender melhor o tipo de projeto que estavam propondo. “Eles me convidaram para uma entrevista no Rio de Janeiro, mas ainda não tinham escritório, então as entrevistas eram realizadas em um hotel”. Essa peculiaridade não o desanimou, então ele se encontrou com Domingo Gonzalez, “nosso futuro diretor de todo o projeto”. Qual era o desafio?

“Era um projeto magnífico com uma nova tecnologia que eu nunca tinha visto antes: os caixões Kugira”, ele diz, referindo-se ao caixão flutuante capaz de assentar blocos de concreto de até sessenta e sete metros de comprimento no fundo do mar. “Blocos que são como prédios”, explica nosso entrevistado. “É uma tecnologia que nos permite trabalhar muito mais rapidamente e com menor impacto ambiental porque afeta muito menos o fundo do mar. Embora cada caixão exija uma logística tremenda”.

E sua imaginação voou: “Quando pensei no processo de construção e na tecnologia envolvida, fiquei profundamente fascinado. Sem conhecer muito sobre a ACCIONA, sem ter um escritório, mas com a figura de Domingo, que mais tarde se tornou um mentor profissional, decidi deixar o que era uma das maiores empresas do Brasil”.

Aqui ele encontrou o ceticismo mencionado anteriormente: “Muitos dos meus conhecidos perguntaram se eu tinha certeza dessa ‘loucura.’ Eles até me levaram ao gerente geral da empresa para me convencer do contrário, e normalmente ele era uma pessoa inacessível. Mas eu estava determinado e convencido”. Assim, em 15 de julho de 2011, ele começou a trabalhar com a ACCIONA.

Ele mesmo dá a dimensão desse salto para o desconhecido: “Comecei a trabalhar em um pequeno escritório no norte do Rio de Janeiro. Eu era a segunda pessoa brasileira contratada pela ACCIONA naquele projeto. Posso dizer que começamos do zero, embora com todo o apoio de uma multinacional”. O projeto ao qual ele se refere é o Terminal 2 do porto do Açu, ao qual ele dedicou toda a sua energia como Gerente de Produção pelos próximos cinco anos. “Com o tempo, também passei a compreender a visão, a missão e o propósito de desenvolvimento sustentável da ACCIONA”, ele reflete.

Arthemus também destaca a escala logística do próprio projeto: inicialmente fabricando e transportando seis caixões de outra cidade e depois fabricando mais trinta e seis caixões no porto do Açu, onde tiveram que ser fixados no meio de corpos d’água, enfrentando mau tempo e ondas. “Mesmo que você tivesse toda a tecnologia, havia momentos imprevisíveis que estavam fora do seu controle, com grandes riscos de os caixões serem danificados”. No final, graças ao profissionalismo da equipe, tudo correu bem.

“Foi uma responsabilidade muito grande. Consegui concluí-lo em pouco tempo e com sucesso, e consegui ganhar a confiança dos meus chefes. Isso foi muito importante para mim”. Esses resultados dissiparam quaisquer incertezas: “Obviamente, eu tive algumas dúvidas no início sobre se tinha tomado a decisão certa, mas os primeiros meses me deram confiança. Essa ideia foi reforçada a cada dia”.

Os sobrenomes de um bom bombeiro

Perguntamos a ele sobre o momento em que a fita vermelha inaugural foi cortada para o projeto, mas Arthemus nos surpreende com uma nova reviravolta: “As coisas estavam indo bem, no caminho certo, como se diz, quando fui chamado para outro projeto. Ainda havia um ano para terminar o porto do Açu”. Era uma rodovia ambiciosa em São Paulo. De certa forma, ele estava retornando à estrada onde começou a sonhar com engenharia civil a bordo de um carro com seus pais. “Sim, uma dessas estradas realmente chegava à rodovia… Eu não tinha pensado nisso”, ele diz com um sorriso, como se percebesse essa pequena reviravolta do destino.

Ele nos conta que esse projeto estava com um prazo apertado quando foi chamado para assumir as rédeas. Contaram com ele como um bombeiro para uma emergência? Ele ri novamente. “Justo. Lembro-me do meu chefe dizendo: um nome tão longo deve pertencer ao nosso maior bombeiro”. E ele procede a alongar seus sobrenomes como um acordeão: na verdade, seu nome não é Arthemus Pugliesi, mas Arthemus Augustus Wagner Silveira de Toledo Piza Santos Pugliesi. Pedimos que ele escreva, apenas para garantir.

Então, Arthemus passou de trabalhar em um porto para uma rodovia. Foi uma mudança bastante radical em relação aos seus projetos anteriores, não foi? “Absolutamente. Uma das coisas que posso dizer sobre a ACCIONA é que ela me dá a oportunidade de diversificar minhas áreas”.

Quantos grandes projetos de infraestrutura um engenheiro civil pode empreender? Se você pensar friamente, e tendo em mente que essas obras podem durar cinco ou seis anos, é fácil ver porque Arthemus descreve cada um como uma fase distinta da vida ou, mais apropriadamente, como um de seus filhos. E todos os pais dizem que amam seus filhos igualmente, mas alguns anos depois, um particularmente amado estava prestes a chegar. “É o projeto da minha vida até agora”, ele resume.

Linha 6-Laranja de metrô

Após o projeto da rodovia e o retorno ao mundo portuário com a infraestrutura de gás natural do porto do Açu, que de certa forma foi uma extensão do cais Kugira que ele construiu anos atrás, veio seu maior desafio. Estamos falando da Linha 6-Laranja de metrô de São Paulo, onde ele é o Gerente de Obras. “São quinze estações e quinze quilômetros de trilhos de metrô. Especificamente, sou responsável por cinco estações e um pátio de depósito”, ele explica.

Aqui ele volta à liderança, que ele descreve como “colocar as pessoas em primeiro lugar”. Ele acrescenta: “Uma das minhas habilidades é entender os perfis certos para cada tipo de trabalho”. A importância das equipes humanas, além de grande competência técnica, é evidente nas políticas de diversidade e inclusão que foram adotadas. Assim, as mulheres representam 70% da equipe na fábrica de segmentos que apoia os túneis da linha.

O logo de um Top Employer

Muitas coisas mudaram desde aquela aposta arriscada que começou com uma ligação anos atrás. Hoje, Arthemus fala com orgulho dos projetos realizados naquele período, vendo como membros de suas equipes deram o salto para outras partes do mundo. “Minhas equipes não são minhas, fico feliz quando eles podem ter oportunidades em outras áreas”, ele diz.

A esse respeito, ele também reflete sobre o potencial dos engenheiros brasileiros, que representam quase metade dos participantes da iniciativa iXPA da ACCIONA, para treinar os líderes do futuro em novas habilidades. Muitos deles, por sua vez, cresceram sob a liderança de Arthemus.

Diz-se que uma imagem vale mais que mil palavras, mas uma peça de roupa com um logo também pode simbolizar muitas coisas. “Hoje, ao contrário de quando entrei, a ACCIONA é uma empresa conhecida neste país”, ele explica. Então, ele puxa o logo em sua camisa polo corporativa para mostrá-lo para a câmera e conclui: “Quando ando pela rua em São Paulo vestindo isso, as pessoas sabem que eu trabalho para o metrô e que é uma das maiores empresas do Brasil. De fato, acabamos de receber o reconhecimento de Top Employer 2024 no país”.

Em suma, a história de Arthemus é uma de crescimento: o crescimento da ACCIONA no Brasil desde que ele se juntou à empresa, seu próprio crescimento pessoal e profissional ao enfrentar vários desafios, e o crescimento das pessoas que trabalharam ao seu lado desde aquela ligação que mudou sua vida.

Na ACCIONA, precisamos dos melhores profissionais em nossa equipe, pessoas que escolhem investir seu talento para gerar um impacto positivo no planeta. Gostaria de fazer parte disto?